(Foto: instagram @coisamaislinda)
Assistir a série “Coisa Mais Linda” em exibição na plataforma de Streaming Netflix fez-me repensar sobre muitos assuntos relacionados exclusivamente a nós mulheres.
“Coisa Mais Linda” é uma série sobre mulheres, sendo que, cada personagem é diferente dentro do cenário em que estão inseridas. E a série mostra, que NÃO existe coisa mais linda do que quando, nós mulheres nos unimos, ainda mais quando você percebe, que as personagens retratadas na série entre o final da década de 50 e início da década de 60, não são muito diferentes, das personagens reais e atuais dos dias em que vivemos.
Assuntos são abordados de uma forma que leve o telespectador há compreender um pouco sobre o que significa ser feminista e a luta por um tratamento igualitário, onde tudo o que a série retrata são mulheres tentando se livrar das amarras do machismo e do patriarcado, que infelizmente rondam a nossa sociedade até hoje.
É triste e revoltante acompanhar durante a primeira temporada, o relacionamento abusivo vivido pela personagem Lígia, no qual ela sofre violência domestica, e é impedida pelo marido de realizar o sonho de ser cantora, pois o mesmo carrega o discurso que de mulher é para viver única e exclusivamente para cuidar do casamento e da casa. Em certo momento da trama, ela começa perceber que não é normal e romântico manter esse casamento, porém o marido por “amor”, não aceita a decisão dela, tendo a personagem um final trágico. Algo que infelizmente, está nas estatísticas dos dias atuais, porém, temos hoje uma legislação e um sistema que em tese, são mais protetores, do que antigamente.
Todos os assuntos apresentados são importantes para que a sociedade compreenda, que nessa época a voz masculina era apresentada como soberana em qualquer decisão, e o quanto foi importante à luta das mulheres por seu direito de emancipação.
Na primeira temporada, além de Lígia, temos como personagens principais, a Maria Luiza, Thereza e Adélia, sendo que esta ultima é uma mulher negra, que inicia a trama sendo uma emprega doméstica, pobre, mãe solteira e que mora no morro, totalmente diferente das demais, que são brancas, ricas e “privilegiadas”, pois sabemos que só o fato delas serem brancas a ricas, já torna a vida delas menos difícil, pois não sofrerão pelo preconceito de ter a pele escura, principalmente para a época em que a trama é narrada.
Na segunda temporada, Ivone, irmã de Adélia, ganha mais destaque, ao torna-se protagonista, após a morte de Lígia, onde a mesma terá um papel fundamental ao ser a voz das músicas escritas por Lígia.
E não posso deixar de citar, um fato gostoso sobre a série, que é a grande importância cultural em torno da Bossa Nova, até porque o empoderamento das personagens, Maria Luíza e Adélia se dá com a abertura do Clube de Musica Coisa Mais Linda, e muita coisa, ou quase tudo da trama, se desenvolve após a inauguração do clube.
Mas uma coisa é certa, nem todo feminismo é igual, pois embora nossa luta por direitos iguais aos dos homens, seja uma luta que nos una, a luta particular de cada mulher é diferente. Principalmente se direcionarmos o olhar ao privilégio branco.
Mas a série é uma excelente dica para você que de alguma forma, tenta compreender a luta de nós mulheres por uma sociedade mais igualitária, com mais respeito e com menos violência.
Assista, vale muito a pena!
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