Lançado em 2007 e disponível na Netflix, o filme foi baseado no livro “O Diário dos Escritores da Liberdade” publicado em 1999.
Por: Cacau Souza
Eu gosto de assistir filmes e séries que me levam a uma autocrítica, ou que me façam refletir sobre a realidade em que vivemos, da vida que levamos, e das políticas publicas que defendo.
Esses dias, resolvi assistir um filme, que me fez levantar da cama e sentar na frente do notebook, e começar a digitar o que vocês vão ler agora.
O filme chama-se "Escritores da Liberdade" que apresenta a história da professora Erin Gruwell e de seus alunos problemáticos, desacreditados pela própria instituição de ensino, que não os apoiavam e tampouco acreditavam na evolução dos mesmos, e ela acreditando no potencial dos seus alunos, consegue mudar o ambiente escolar, quando ensina não somente o conteúdo obrigatório, mas também lições de vida para seus alunos, criando um projeto de leitura e escrita, baseado no livro “O diário de Anne Frank”. Onde incentiva seus alunos a escreveram um diário, que possam contar tudo o que passa em suas vidas.
Um filme que nos leva a uma análise, de como o nosso país apresenta quadros semelhantes ao apresentado no filme, quando falamos de desigualdades e injustiças sociais, das políticas públicas que não exercem o seu papel de fato, onde o sistema educacional torna-se falho, racista, seletivo e muitas vezes segregador.
E por ser baseado em fatos reais e principalmente por apresentar fatos tão atuais quando trata também de questões como a violência, discriminação racial e a desestrutura familiar, mesmo que toda a narrativa do filme tenha acontecido na década de 90, é possível observar que vivemos esses mesmos problemas nos dias atuais, quando notamos que a sociedade em muitos aspectos parece não ter evoluído.
Mas com a persistência da professora, a maioria dos alunos conseguem se formar e entrar na universidade, sendo muito deles os primeiros de suas famílias e, ainda criaram a “Fundação os Escritores da Liberdade”, dedicado a reproduzir o sucesso, aplicado em sala, em todo país.
Mas como diz Paulo Freire: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
A nossa educação ainda precisa de muitos investimentos, não de emendas constitucionais como a 95, que concentra renda, provoca a exclusão social e fragiliza toda a uma rede de proteção social, inseridas na Constituição de 88.
O sistema precisa ser integrador e acolhedor, nossos educadores precisam receber estímulos e incentivos, nossas escolas precisam de estruturas, precisamos de perspectivas, de um governo federal que seja o primeiro a apoiar medidas que fortaleçam a educação pública, e de um Congresso Nacional que aprove a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 15/2015.
A educação precisa ser vista por todos como fonte transformadora da sociedade, e o filme "Escritores da Liberdade" me ensinou que com perseverança, força de vontade e coragem, é possível transformar a sociedade em que vivemos através da educação.
O filme não é atual, mais os problemas retratados nele, são!
Portanto, se você já assistiu, assista de novo, e você que ainda não pôde assistir, reserve um pouquinho do seu tempo, e assista, tenho certeza que te fará fazer grandes reflexões.
Vou até comprar o filme em DVD e deixar guardadinho aqui, vai que um dia não esteja mais disponível, e o dia que isso acontecer será um erro, porque esse filme precisa ser visto por todos.
Beijinhos e até a próxima!
Comments